GUERRA HÍBRIDA { I I }
1. GUERRA
HÍBRIDA E BOMBAS SEMIÓTICAS Prof. Wilson Ferreira
2.
Estratégia Hipodérmica x Bombas semióticas
3. Bombas
semióticas 2013-16 Armas retóricas, linguísticas e semiológicas, não para
doutrinação partidária ou ideológica.
Mas para criar ondas de choque e impor a
narrativa de que o País naquela oportunidade estava à beira do abismo,
mergulhado no caos, baderna, na crise política e econômica.
4. Bombas
semióticas 2013-16
5. Etapa 1:
Caos • Camuflado como informações noticiosas, o objetivo era tornar a atmosfera
política cada vez mais pesada com supostos indícios (fotos posadas e
retoricamente carregadas – bandeiras nacionais queimadas, black blocs posando
para fotógrafos com barras de ferro e pedras nas mãos, carros incendiando etc.)
de que o país estava desgovernando e caminhando para o abismo.
• Passou para a
glamourização de jovens ativistas, a ameaça das hordas dos “rolezinhos” classe
C e caos econômico – o descontrole da inadimplência e o ataque dos tomates
inflacionários.
6. Etapa 2:
etnografia do neoconservadorismo
• Uma etapa mais, por assim dizer,
“etnográfica” na qual a grande mídia começaria a criar as novas hostes de
jovens neoconservadores que no futuro iriam vestir de camisas amarelas da CBF e
sair nas ruas apoiando o impeachment: “novos tradicionalistas”, “simples
descolados”, “coxinhas 2.0”, gourmetização etc.
Exortados por roqueiros dos
anos 80’s que entraram na agenda anti-PT – Titãs, Roger, Lobão entre outros
menos cotados.
7. Etapa 3:
teledramaturgia e agenda política • Investimentos semióticos na teledramaturgia
em minisséries como Felizes para Sempre?, Questão de Família e O Brado
Retumbante da Globo – ator parecido com Aécio Neves em narrativa política,
juízes justiceiros e protagonistas empreiteiros que financiavam campanhas eleitorais.
Legitimação da agenda política através da narrativa ficcional da
teledramaturgia.
8. Etapa 4:
radicalização e polarização • Construída as bases etnográficas de jovens
neoconservadores, passou-se a instigar a polarização geográfica (com direito a infográficos
dividindo o País ao meio por um grande muro para explicar a vitória de Dilma
nas urnas), racial e política – turbinados por neo-humoristas supostamente
politicamente incorretos, webbots nas redes sociais e espaço nos telejornais
para políticos do baixo clero no Congresso como a bancada da bala, do boi e da
Bíblia.
9. Bombas
semióticas e Guerra Híbrida Paul Lazarsfeld, Shaw e McCombs e Gene Sharp
(a)
Social Engineering – Agenda Setting e Espiral do Silêncio
(b) Ação Direta
(c)
Black Blocs
10. Agenda
setting Ação Direta
11.
Revolução Popular Híbrida
12. Passo 1
Despachar agentes da CIA, de ONGs turbinadas por George Soros e/ou irmãos Koch
para a nação alvo.
Eles poderão facilmente se passar como estudantes de
intercâmbio, turista, ativista comunitário, jornalista, empresário, diplomata.
O que importa é ser criativo.
Passo 2 Inicie ONGs no país-alvo.
Use pretextos
humanitários como “Pró-Democracia”, “Direitos Humanos”, “transparência” ou
“Liberdade de Informação”.
Contate empresários brasileiros que financiam
fundações, principalmente na área educacional.
Aquelas organizações com ideais
altruístas como “formar gente boa que capacita jovens para mudar o Brasil” ou
“comprometida em formar líderes no País”.
Essas organizações tornam-se úteis
para ter em mão aqueles “jovens idealistas” no bolo final da Revolução Popular
Híbrida.
Essas organizações acabam dando cobertura para descontentes locais e
idealistas ingênuos.
13. Passo 3
Recrutar a rede de traidores nacionais – alvos intelectuais, políticos e
acadêmicos e, se possível, militares.
Suborno é uma boa maneira para formar
essa rede.
Se não for suficiente, chantagear aqueles que têm alguma mancha na
sua vida privada ou profissional é a solução mais drástica.
Agora estamos
prontos para começar a cozinhar!
Passo 4 Escolha um tema cativante ou cor para
sua Revolução Popular Híbrida (RPH).
Revolução Laranja (Ucrânia), Primavera
Árabe (Egito, Tunísia, Líbia, Síria), Umbrella Revolution (Hong Kong),
Revolução Verde (Irã).
No Brasil tivemos uma interessante combinação de temas:
“Jornadas de Junho” ou “Manifestações dos 20 centavos”.
Faça um verbete na
Wikipedia sobre o tema e crie perfis nas redes sociais.
Revolução é uma questão
de marketing.
14. Passo 5 Lance sua revolução como um
“protesto espontâneo”.
Use aqueles agentes da CIA (aqueles sob identidade de
“estudantes de intercâmbio”, “jornalistas” etc.) e os ativistas e “novos
líderes” das ONGs.
Proteste contra alguma coisa do tipo “violações de direitos
humanos”, “fraude eleitoral”, “governo corrupto” ou “Saúde e Educação Padrão
FIFA”.
Pouco importa se as alegações são verdadeiras.
O que importa é criar
paixões, polarizações e o inevitável efeito de manada.
Nesse momento descobrirá
a importância daquelas fundações educacionais que formam “líderes para o futuro”:
por exemplo, no Brasil a Fundação Estudar, criada pelo empresário Jorge Paulo
Lemann, financiou e deu apoio operacional ao Movimento Vem Pra Rua.
Passo 6 Estenda suas faixas “espontâneas” e cartazes de protesto escritas em
inglês nas manifestações.
Afinal, é necessário ganhar a simpatia da opinião
pública internacional e, principalmente, dos políticos norte-americanos.
15. Passo 7
Adicione aos seus agentes e líderes políticos em tempo integral que, a essa
altura, já ganharam espaço na mídia corporativa (alguns até ganharão coluna
fixa em jornais e internet), acadêmicos e universitários aspirantes a uma
geração globalizada e “antenada”.
Isso vai engrossar a fileira de
manifestantes, incluindo descontentes, pessoas com queixas legítimas,
desinformados que acabam seguindo a manada ou simplesmente gente entediada que
não tem coisa melhor para fazer.
16. Passo 8
A essa altura a grande mídia norte-americana e europeia já está retratando a
sua RPH como “popular”, “espontânea” e “renovação política” .
Uma reação
natural à tirania, ditadura, corrupção ou fraude do governo-alvo.
Agora que o
mundo está assistindo, encene um incidente.
Se você não conseguir encontrar
algum fanático que ateie fogo contra si mesmo, simule uma atrocidade.
Sangue
falso, gás lacrimogêneo ou simplesmente fotos encontradas na Internet.
Certifique-se que a vítima seja mulher.
Por exemplo, no Brasil pegou bem o
episódio de mulheres salvando cães beagles cobaias em um Instituto farmacêutico
em São Roque/SP em 2013:
mulheres de classe média salvando animaizinhos em meio
a fogo e quebradeira de black blocs.
Claro, para jogar a culpa no Governo e
Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Ou o fusca incendiando com
uma família dentro (marido, esposa e filhos) pegos “de surpresa” em uma manifestação
em São Paulo.
Ou ainda os “lindos olhos amendoados do anarquismo” (Caetano
Veloso) das fotos de black blocs femininos, capas de revistas nacionais.
Transforme black blocs em editorial de alguma revista moda feminina. Algo assim
como o ensaio fotográfico da atriz Bárbara Paz.
17.
Guerrilha antimídia (a) Media Prank (pegadinha) Joey Skags x Pedro Bial
18.
Guerrilha antimídia (b) Cuture Jamming (trolagem)
Recommended
Teaching Techniques: Project-Based Learning
Teaching Techniques: Project-Based Learning
Online Course - LinkedIn Learning
Insights from a College Career Coach
Insights from a College Career Coach
Online Course - LinkedIn Learning
Learning Online Marketing
Learning Online Marketing
Online Course - LinkedIn Learning
Teorias da
Comunicação nos EUA
Teorias da
Comunicação nos EUA
Wilson
Roberto Vieira Ferreira
Escola de
frankfurt
Escola de
frankfurt
Wilson
Roberto Vieira Ferreira
Transformações
da Jornada do Herói – do monomito à mitologia contemporânea nas HQs, Cinema e
Audiovisual
Transformações
da Jornada do Herói – do monomito à mitologia contemporânea na...
Wilson
Roberto Vieira Ferreira
Cartografias
e Topografias da Mente - mutações do filme gnóstico no século XXI
Cartografias
e Topografias da Mente - mutações do filme gnóstico no século XXI
Wilson
Roberto Vieira Ferreira
A Caverna de
Platão e o cinema
A Caverna de
Platão e o cinema
Wilson
Roberto Vieira Ferreira
Palestra
cinema e gnosticismo
Palestra
cinema e gnosticismo
Wilson
Roberto Vieira Ferreira
AI and Machine Learning Demystified by Carol Smith at
Midwest UX 2017
AI and Machine Learning Demystified by Carol Smith at
Midwest UX 2017
Carol Smith
O Brasil nos
últimos anos esteve em guerra. Provavelmente você leitor deste artigo venha a
discordar ou nunca leu nenhuma notícia sobre as bombas que foram jogadas nessa
nação pacífica (subserviente na geopolítica, mas tecnocrata e perversa com sua
população), pois esses ataques externos foram feitos através de propaganda,
movimentos financiados para agitação, além de operações virtuais, lawfare,
psychological warfare, cyberwarfare, e outras técnicas de guerra não
convencional (Special Forces Unconventional Warfare – novembro 2010 TC 18-01)
como guerra política, guerra irregular, assassinatos políticos, atos
terroristas disfarçados de acidentes, entre outras metodologias, que envolvem
fake news, interferência econômica (embargos e interferência em moeda, bolsa de
valores, empresas, balança comercial, ataques aos setores produtivos e
energéticos), diplomacia e interferência eleitoral externa.
Sem disparar
nenhuma bala, essa guerra foi eficaz, destruíram a economia, a indústria, as
instituições, o psicológico da população e o clima democrático. Perdidos,
muitos brasileiros gritam por democracia e na mesma faixa pedem intervenção
militar(?).
A ausência
de fronteiras entre Estados nacionais, de limites entre guerras civis,
comerciais e militares, fato comprovado que ocorre nas novas guerras virtuais,
foi o que derrotou o Brasil, aquilo que chamam de guerra híbrida.
Neste caso,
não se trata de algum ataque de um território inimigo. Até mesmo, porque o
Brasil não tem inimigos declarados. Sua única área de disputa é no futebol,
onde seu vizinho a Argentina é seu maior concorrente. Não foram os Argentinos
que atacaram o Brasil! Correto?
Essa crise
foi provocada por ONGs, consultorias políticas, Facebook, federações
comerciais, petrolíferas, agronegócio, indústria das armas, white christians, e
especuladores da bolsa de valores, mas também, provavelmente o quadro que
apresentarei a seguir, levantará na memória dos iniciados nos jogos de capa e
espada, que sem a ajuda de profissionais de inteligência militar essas tarefas
não seriam realizadas. Se estavam agindo formalmente ou agindo de forma
independente, não é objetivo deste artigo localizar.
O que
aconteceu com o Brasil não se trata apenas de uma derrubada financeira, como a
bolha da internet (1995-2001), crise imobiliária (USA, 2008) , ou quebra da
Bolsa de Londres (1992), a crise brasileira é maior e mais profunda, atingindo
em cheio as instituições, as matrizes econômicas, a economia das família, o
comércio, bem como o clima democrático e a imagem internacional, revelando a
fragilidade e facilidade com que o Brasil foi atingido sem reação.
Se trata de
um conjunto de retrocessos emblemáticos que deve servir de exemplo para a
regulação das empresas da internet (não dos usuários), pois acaba por revelar
como boatos, bolhas, fabricação de opinião pública, falsas polarizações
políticas, para criar clima social negativo e atender as demandas
inconfessáveis de grupos de interesses, podem varrer em pouco anos uma nação
que foi considerada a mais emergente em desenvolvimento no começo deste século
(The Economist, 2009).
A pesquisa
que está sendo realizada visa traçar principais elementos históricos, fatos,
teorias, para determinar redes de aparentes casualidades, que revelam como,
através de uma guerra não convencional, e disputa entre nações, blocos e
setores econômicos, o Brasil foi jogado no limbo.
Sendo essa
nação vasta em território, riquezas e população, bem como mercado consumidor,
grande exportadora de commodities e segunda maior exportadora de alimentos do
mundo, tendo posição estratégica neutra na diplomática nas Nações Unidas,
acordos com o bloco BRICS e liderança dentre as nações latinas, a crise
brasileira pode trazer agravamento da crise econômica e tensões militares e de
relações diplomáticas globais.
No Brasil,
desde 2016, após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, seus seguidores
do Partido dos Trabalhadores, repetem o mantra de que o partido do atual
presidente Temer, o PMDB, teria dado um golpe branco. #FoiGolpe ou #TemerGolpista
tem sido os hashtags mais divulgados nas redes sociais desde então. A
explicação simplista dos “petistas” em defesa de uma narrativa de vitimismo,
ocultaria duas realidades distintas.
A primeira é
que de fato, o partido de centro esquerda levou uma rasteira de uma aliança
formada por vários partidos de centro e direita, em especial PMDB, PSDB e DEM,
além de militaristas e seguidores de Bolsonaro, e de muitos movimentos da
própria esquerda dentro de PSTU, PCB, PSOL e do próprio PT. E a segunda
realidade que ficaria ocultada por esta narrativa, é que o PT não foi o único
alvo desta guerrilha virtual, política e jurídica, mas que na verdade, foi o
Brasil o alvo desta guerra híbrida, e que não começou em 2016 com o
impeachment, mas na verdade em 2009.
Entre 2009 e
2013 foram vistos fenômenos suspeitos de manipulação das redes nos países onde
ocorreram Revoluções Coloridas, laranjas, rosas, púrpuras, o que ficou
conhecido como Primaveras Árabes, ainda que não tenham sido exclusivamente no
Oriente Médio. Em Junho de 2013 esse fenômeno foi observado no Brasil quando
manifestações foram “infladas” no Facebook e Twitter com uso dessas mesmas
técnicas. Sobre isso levantei mais de 130 mil imagens, documentos, atas,
artigos, fotos e até memes.
Anos mais
tarde as ligações entre redes sociais e as manifestações nas ruas se
comprovaram, primeiro com o artigo de FINARDI (2016) em que foram reveladas as
ações de redes de ativistas pós modernos, como Fora do Eixo, Mídia Ninja,
Marcha das Vadias, Marcha da Maconha, Marcha da Liberdade entre outras, que
eram financiadas por organizações como Open Society e outras relacionadas a
George Soros, mas também outras relações com Banco Mundial, Instituto FHC,
Oximity, TED, NED entre outras.
Comparei
pessoalmente cada nome de jornalistas, lideranças de movimentos, ONGs, sites,
intelectuais, e concluí, que nas alas da chamada esquerda pós moderna ou
identitarista, nas lideranças mais conhecidas, todos tem algum vínculo, livro,
revista, evento, fundo de pesquisa ou atividades relacionadas a Open Society e
em alguns casos também com fundação Ford entre outras.
Num segundo
momento, outros artigos como de ROCHA (2017) e FANG (2017), revelaram a ação de
think tanks ultra liberais no Brasil financiados por instituições norte
americanas como Cato, Atlas e a Alemã Friedrich Naumann. Ainda segundo o Le
Monde Diplomatique, através da organização Students for Liberty (estudantes
pela liberdade), o MBL recebeu recursos da Donors Capital Fund, Claws
Foundation, Atlas Econ. Reserach Foundation, Donors Trust e Rodney Fund.
Enquanto o jornal The Guardian em 26 de julho de 2017 afirmou que esses fundos
viriam através de doações dos Irmãos Koch e indústrias de combustíveis fósseis
(PHILLIPS, 2017).
Nesses
artigos foram revelados que se tratam de mais de 30 organizações liberais
financiadas para essas operações no Brasil, entre elas, Instituto Liberal,
Mises, Instituto Millenium, Líderes do Amanhã, Mackenzie Center for Economic
Freedom, Students for Liberty Brasil, MBL, Instituto Atlantos, IEE, Instituto
de formação de líderes, Instituto Liberal de São Paulo, Instituto Liberdade,
Instituto Ludwig Von Mises Brasil, além de centenas de células, canais e
páginas em redes sociais, grande maioria responsável por sites citados em
pesquisa coordenada por Pablo Ortellado na USP, como páginas de fake news. O
que gerou uma reação da direita que alega que os sensores das páginas de
factcheck seriam todos de esquerda.
Sejam organizações de ultra direita, liberais,
ou movimentos identitários (pós modernos), o que se revelou é que no Brasil
desde o começo da década ocorreu treinamento, aparelhamento e organização de
agitação de redes virtuais e de manifestações de rua, que levaram o Brasil a
maior crise social e política de sua história. É impossível desassociar a crise
da manipulação das redes sociais denunciada no The Guardian, envolvendo
Cambridge Analytica e Facebook do caso brasileiro, pois estudos da USP e UFES
revelaram enorme redes de blogs, contas e sites especializadas em fake news, a
maioria envolvida em convocação para protestos de rua (tanto de esquerda como
de direita), bem como seriam os mesmos os agentes principais que trabalharam em
campanhas sociais e
eleitorais, e também eram as mesmas organizações financiadas citadas nos
artigos acima referenciados.
Complementado
a rede de aparentes casualidades, o site UOL revelou em 26 de maio de 2018, que
empresa administradora de várias das principais páginas de fake news
brasileiras como Movimento Brasil Contra Corrupção, Juventude Contra Corrupção,
Juiz Sérgio Moro – O Brasil está com você, Apoio ao Moro, Movimento Democracia
Participativa entre outros, recebia recursos do deputados Francischini, maior
aliado de Bolsonaro.
Lembremos
que foram nessas páginas que surgiram boatos de ameaça de golpe comunista no
Brasil desde 2012, e que em seguida pediram golpe militar, e que mais tarde em
2016 acusaram Dilma de pedaladas fiscais.
Já a
ferramenta mais usada o Facebook, era alimentada por milhares de likes que
surgiam automaticamente nas postagens desses grupos, bem como em listas como
Vem Pra Rua, Gigante Acordou, Anonymous, Anarquistas, Endireita Brasil, Não vai
ter Copa, MBL, MPL e tantas outras usadas para mobilizações entre as Jornadas
de Junho de 2013 até o impeachment da presidente Dilma Rousseff em 2016.
O canal 4
News (Channel 4) de Londres, forjou a visita na empresa Cambridge Analytica de
clientes que supostamente eram do Sri Lanka e dispostos a investir em uma
jogada de marketing eleitoral. Durante as negociações o executivo da Cambridge
Analytica revela que eles estão por trás de operações no Brasil. (Channel
4 News, Cambridge Analytica Undercover: Secret Filming Reveals Election Tricks.
19 de março de 2018.
www.youtube.com/watch?v=mpbeOCKZFfQ). Somente no Brasil 443.117 pessoas tiveram
seus dados violados sem consentimento prévio apenas por essa consultoria
citada, e que vem sendo usadas para essas operações de Cyberwarfare.
Bem mais que
uma ferramenta psicológica de manipulação de massas, a guerra híbrida se dá
pela continua ação, de grupos de inteligência chamados think tanks, que fazem
permanente análise de ambiente, de exercícios de adaptação constante visando
atingir por quaisquer meios o inimigo definido.
No caso
brasileiro, para muito além do impeachment de Dilma, da prisão de Lula, da
criação de clima psicológico negativo, através de uma falsa polarização que
inflamou a população contra um suposto e falso golpe comunista, o que ocorreu
em excessos de ações diárias, como manifestações, mortes, boatos, ataques as
artes, educação, movimentos sociais, minorias, sindicatos, projetos de leis
absurdos, polêmicas, entre outras, não passaram de cortina de fumaça, para
encobrir a verdadeira agenda do golpe no Brasil.
A guerra
híbrida contra o Brasil, muito maior do que o golpe conclamado pela esquerda,
não se trata do ataque pontual a um partido ou liderança apenas, mas de um
conjunto de medidas que visam destruir alianças que interfiram na geopolítica
(BRICS), destruição dos setores indústrias que mantinham parte da economia
brasileira no exterior como empreiteiras e indústria de alimentos,
desindustrialização ampla, corte de investimentos em ciência e tecnologia,
derrubar a economia brasileira e provocar a venda de estatais (em andamento,
como Caixa Economia, BNDES, Correios, Petrobras e outras), a entrega do
pré-sal, bem como desacreditar o meio político (tarefa fácil), desestabilizar
as reservar econômicas, forçar a nação a ter que voltar a pedir empréstimos ao
FMI, eliminar os direitos trabalhistas e previdenciários, privatizar serviços
essenciais como saúde e educação, eliminar investimentos em cultura, eliminar
legislação ambiental, favorecer a compra de terras brasileiras por
estrangeiros, bem como transformar presídios em empresas.
Enfim, se
trata de um projeto de destruição de direitos, imposição de políticas de
austeridade, que ao final visam manter o Brasil na condição de colônia
fornecedora de mão de obra barata e commodities. Essas ações são diárias,
mantidas com exércitos de think tanks pagos e treinados no exterior, e ocorrem
através da pressão em todos os órgãos de governo, dos três poderes e nas três
esferas, municipal, estadual e federal.
Esse plano só é possível de ser realizado,
graças às elites locais dispostas ao projeto de destruição da nação (A elite do atraso
definida por Jessé Souza), em troca de terem espaço na exploração das riquezas
bem como da miséria do povo.
A guerra
híbrida se trata de um conflito diário, do qual o Brasil leva um novo 7X1 todos
os dias, devido às massas de pobres de direita formadas pelo rebanho
desorganizado e alienado, e graças às organizações sociais lideradas por
burocratas da esquerda institucional, que tem olhos exclusivamente para seus
problemas jurídicos e a disputa de poder pelo espaço perdido após o impeachment
de 2016. Enquanto as massas não acordam, a nação brasileira passa por total
destruição, caso único no mundo, onde um ataque dessa magnitude não teve nenhum
tipo de resistência.
Segundo a
pesquisa do Ipsos MORI (2017) com título “Os perigos da percepção”, o Brasil é
o segundo colocado na lista das nações que têm a percepção mais equivocada
sobre a própria realidade no mundo. Talvez por isso o Brasil esteja sendo
atacado por uma guerra híbrida coordenada por forças exteriores e nem tenha
notado.
1 Manoel J.
de Souza Neto, brasileiro, cientista político, pesquisador e escritor. Membro
de diversas comissões, grupos técnicos governamentais e do Conselho Nacional de
Políticas Culturais do Ministério da Cultura do Brasil entre 2005-2017.
Comentários
Postar um comentário