JESSÉ JOSÉ FREIRE DE SOUZA
Natal, 29 de
março de 1960) é um sociólogo, advogado, professor universitário, escritor e
pesquisador brasileiro que atua nas áreas de Teoria Social, pensamento social
brasileiro e de estudos teórico-empíricos sobre a desigualdade e as classes
sociais no Brasil contemporâneo.
Em 2 de
abril de 2015 foi nomeado pela Presidência da República ao cargo de presidente
do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O cargo era anteriormente
ocupado por Sergei Suarez Dillon Soares. Pediu demissão do cargo em maio de
2016, quando Michel Temer assumiu interinamente a Presidência, depois do
afastamento da presidente Dilma por ocasião do processo de impeachment.
Com uma abordagem teórica e histórica inédita, A tolice da inteligência brasileira, agora em edição revista e nova capa, oferece ao brasileiro uma interpretação crítica original para entender as reais contradições de nossa sociedade. A obra do sociólogo Jessé Souza, autor do best-seller A elite do atraso, mostra que todos os dias indivíduos e classes sociais inteiras são feitos de tolos para que a reprodução de privilégios injustos seja eternizada. Assim, para enxergar com clareza nosso real lugar no mundo, é fundamental compreender como a nossa elite intelectual submissa à elite do dinheiro construiu uma imagem distorcida do Brasil, ajudando a disfarçar todos os tipos de privilégios – que nos levam a acreditar que nossos problemas advêm da “corrupção apenas do Estado”. Essa convicção provoca uma falsa oposição entre o Estado demonizado, tido como corrupto, e um mercado visto como reino de todas as virtudes.
Em A
construção social da subcidadania, a teoria social que tornou Jessé Souza um
dos intépretes mais importantes do Brasil contemporâneo é apresentada com
fôlego e profundidade.
Ao longo dos
anos, Jessé Souza foi capaz de articular uma crítica pioneira que se dedica a
interpretar o fenômeno da subcidadania no Brasil. Neste estudo, ele concentra
os principais argumentos da teoria social que o tornou um dos intelectuais mais
notáveis do país.
Passadas
mais de três décadas da promulgação da Constituição Cidadã, o país enfrenta
problemas seculares de superação da extrema pobreza. A situação é calamitosa e
gerou um arcabouço cultural que diferencia e classifica as pessoas segundo sua
origem de classe, reforçando práticas discrminatórias e segragadoras, como o
racismo, a insegurança alimentar e o trabalho informal.
Para
entendermos como o Brasil deu origem a uma maioria populacional que vive
praticamente sem direitos civis – e como nossa sociedade aceita essa situação
como se estivesse encoberta por uma aparência de normalidade -, A construção
social da subcidadania revisa o pensamento de grandes críticos sociais, como
Charles Taylor e Pierre Bourdieu, para aplicar suas ideias em contraponto à
realidade brasileira. Esses teóricos ensinam sobre as operações culturais que
são acionadas para a desvalorização de pessoas até o ponto de se tornarem
socialmente inutilizáveis e descartáveis, motivando a precarização do trabalho
e a marginalização dos modos de vida.
Fruto de
estudos críticos que estão sendo desenvolvidos há mais de vinte anos por Jessé
Souza, este livro reforça a tentativa do autor de “desnaturalizar” a ideia de
que a sociedade brasileira sempre será desigual, e que a injustiça social e os
preconceitos estão enraizados de tal forma que qualquer tentativa de mudança
estará fadada ao fracasso.
“Este livro foi um esforço de compreensão do racismo
multidimensional e de como, em sociedades como a brasileira, o racismo racial
assume o comando do processo de dominação social, econômico e político ao
construir a gramática, a maior parte das vezes implícita, por meio da qual
afetos, necessidades inconscientes e, acima de tudo, anseios de distinção
social orientam as alianças e lutas entre todos os indivíduos e todas as
classes sociais.
Compreender efetivamente o racismo, e não apenas
mostrar que ele existe, significa demonstrar como ele destrói o reconhecimento
social e a autoestima de que todos nós necessitamos para levar uma vida digna
deste nome.
Daí o racismo ser uma ferida tão profunda e covarde, em
suas diversas manifestações, sobretudo sob sua forma racial. Ele surge sempre
como manipulação das nossas necessidades mais básicas como seres humanos, seja
para legitimar a exploração das classes privilegiadas, seja para criar alguma
forma de distinção social positiva para os estratos também oprimidos de
“brancos pobres” e dos “pobres remediados”, fazendo-os se sentir superiores a
uma classe/raça de “novos escravos”, quase todos negros, uma classe/raça
“Geni”, que todos podem cuspir, explorar, humilhar e matar sem temer
consequências.
A luta contra o racismo entre nós é uma luta de vida e
de morte para todos os envolvidos e interessa igualmente a todos. Ou acabamos
com ele ou não restará vida social digna deste nome no Brasil.” – Jessé Souza
Um clássico
do pensamento social brasileiro que confere visibilidade à “ralé brasileira”,
uma “classe social” jamais percebida enquanto “classe” entre nós, ou seja,
nunca percebida como possuindo uma gênese social e um destino comum, e vista
apenas como “conjuntos de indivíduos” carentes ou perigosos. Com base em uma
profunda e consistente pesquisa empírica, este livro procura recontar, na
dimensão da vida cotidiana, o drama existencial e familiar dos tipos sociais
mais encontrados na ralé brasileira. Essa é uma “novela” a que os brasileiros
ainda não assistiram. O livro também mostra como chegamos a construir uma
ciência social dominante conservadora, e, mais ainda, a partir dela, um debate
público servil ao economicismo hegemônico, que mais esconde que revela dos
nossos conflitos sociais mais importantes. Trata-se de leitura obrigatória a
todas as brasileiras e brasileiros que desejam compreender verdadeiramente a
sua sociedade.
Conheça as
redes de interesses e o que fez do golpe de 2016 uma das manobras políticas
mais torpes da história do Brasil, evidenciando os mecanismos que permitiram às
elites manipular a população em benefício próprio.
Pouquíssimos
intelectuais e comentaristas políticos tinham tanta certeza quanto Jessé Souza
de que o impeachment da presidenta Dilma Rousseff se tratava da fachada
perfeita para um típico golpe de Estado à moda brasileira. Naquele momento
alarmante da política nacional, Jessé Souza cumpriu uma difícil tarefa:
explicar como a “cultura de golpes de Estado”, promovida historicamente pela
elite contra as políticas públicas de inclusão dos mais pobres – como aconteceu
com Getúlio Vargas e João Goulart –, estava em franca atuação sem que a
população se desse conta disso.
O golpe de
2016 recolocou em cena o falso moralismo da classe média indignada, que se
valeu do argumento do “combate à corrupção” para, na prática, manter seus
privilégios diante dos mais pobres e a exclusividade da primeira fila de
sustentação da elite. Essa indignação se descolou dos grandes protestos de 2013
para ganhar a representação, manipulada e inflada pela mídia, da “vontade
popular” que tomou as ruas nos atos pró-impeachment, anos depois. A associação
imediata desse descontentamento ao aparato jurídico-policial do Estado – que
tinha a força-tarefa da Operação Lava Jato como testa de ferro e Sergio Moro
como uma espécie de super-herói anticorrupção – devastou nossa jovem democracia
e gerou um fenômeno reacionário e popular nunca antes visto na história da vida
pública brasileira.
A herança do
golpe , portanto, não é o governo Michel Temer, como primeiramente se poderia
crer. A herança do golpe é o bolsonarismo, um conjunto de manipulações
cognitivas e emocionais que explora a fragilidade das pessoas que não conhecem
as razões de sua pobreza e humilhação. É justamente essa estratégia de
dominação – fruto de uma ideologia racista, excludente e autoritária – que
Jessé Souza objetiva desarmar neste livro. Uma contribuição imperiosa para
entender o Brasil contemporâneo e seus desafios sociais mais emergentes.
Nova edição
do primeiro best-seller de Jessé Souza, A ralé brasileira joga luz sobre as
histórias de vida e os desejos de uma classe social invisibilizada que enfrenta
dificuldades e preconceitos para sobreviver no Brasil.
A ralé
brasileira , de Jessé Souza – um dos sociólogos mais importantes da atualidade
–, já pode ser considerado um clássico do nosso pensamento social. Publicado
pela primeira vez em 2009, a obra ganha nova versão, lançada pela Editora
Civilização Brasileira, com prefácio e introdução inéditos. De longe, este é o
livro de Jessé Souza que causa mais impacto na academia. Seu sucesso advém da aplicação
de uma nova metodologia que alia a ciência de dados à crítica da sociologia
brasileira. O resultado é impressionante justamente porque aproxima as técnicas
científicas da vida das pessoas comuns, valendo-se de depoimentos, recolhidos
em uma cuidadosa pesquisa de campo, como principal guia de revisão da teoria e
da estatística.
Os
diferentes colaboradores aqui presentes conferem ao estudo pontos de vista
multifacetados sobre os reais problemas da população mais vulnerável. Assim,
Jessé Souza dá visibilidade à “ralé brasileira” de uma maneira singular,
descentralizando o poder de análise e construindo novos caminhos para se
entender questões complexas do cotidiano de homens e mulheres que vivem na
“subcidadania”. Jamais percebida pelas elites como “classe”, essa “ralé” é tida
apenas como um conjunto de indivíduos carentes ou perigosos – justamente o
tratamento maniqueísta e julgador que Jessé Souza ambiciona desarticular.
Imprescindíveis
para a compreensão das mudanças que aconteceram no período de 2000 a 2010, cujo
impacto percebemos até hoje, os argumentos apresentados em A ralé brasileira
evidenciam como uma ciência social dominante e conservadora foi construída no
Brasil, e expõe de que forma essa “inteligência” favoreceu um debate público
servil à elite, que mais esconde do que revela as necessidades da população. É
leitura obrigatória a todos os brasileiros e brasileiras que desejam
compreender verdadeiramente nossos desafios para o desenvolvimento social,
político, econômico – e por que não dizer – afetivo e emocional.
Em sua primeira obra inédita depois do sucesso de A elite do atraso , de 2017, Jessé Souza se dedica a compreender a classe média brasileira. Com o mesmo estilo claro e acessível, mas sem fazer concessões à superficialidade, ele agora apresenta uma visão original e inovadora dessa classe fundamental da sociedade.
Em A classe
média no espelho , ele desconstrói os maiores mitos que procuram perpetuar o
desconhecimento da classe média sobre si mesma. O primeiro é o de que sua
definição é determinada exclusivamente pela renda. Jessé vai além das teorias
sociais que se baseiam apenas na esfera do dinheiro e do poder em direção a uma
análise mais profunda das ideias e dos valores morais dessa parcela da
população.
O segundo
mito é a concepção cultural do brasileiro "vira-lata", inferior,
emotivo e corrupto por natureza – mentiras que a elite e seus intelectuais
inventaram para melhor doutrinar e manipular a classe média.
Jessé
reconstrói a história dessa classe no mundo e no Brasil, e reflete sobre a
posição que ela assume na relação com a elite e as classes populares no país.
Assim, ele mostra como é possível compreender as fontes de seu comportamento
prático e as origens de seus princípios.
O livro
conta com um imenso e rico material, resultado de centenas de entrevistas
realizadas com pessoas das mais variadas frações da classe média entre 2015 e
2018, em diversas cidades brasileiras.
O objetivo é
criar um espelho no qual as visões de mundo mais características dessa classe
social possam ser vistas de um modo novo e desafiador. Não se pede do leitor
qualquer conhecimento prévio, apenas coragem para olhar para si mesmo despido
de preconceitos – o verdadeiro pressuposto de qualquer aprendizado real.
Como os EUA
se uniram a uma organização criminosa para destruir o sonho brasileiro.
A guerra
contra o Brasil de que trata este livro não é do tipo convencional: não
incendeia cidades nem utiliza bombas e mísseis.
Para o
consagrado sociólogo Jessé Souza, autor de A elite do atraso, as armas dessa
guerra são o racismo, a subserviência da nossa elite econômica, a mentira, o
fundamentalismo religioso e o fascismo latente da nossa tradição autoritária.
Urdida e
testada na sociedade americana, a guerra híbrida de que somos vítimas é uma
estratégia baseada na manipulação de informações e na desestabilização de
governos populares.
Jessé
defende que, no Brasil, ela encontrou uma organização criminosa disposta a
colocar em prática sua máquina de morte, abrindo caminho para o assalto às
nossas riquezas, o sucateamento da nossa indústria e o ataque aos direitos mais
básicos da população.
Esta não é
nenhuma nova teoria conspiratória para explicar a nossa tragédia, e sim uma
análise aguçada e abrangente que revela os detalhes sombrios de um projeto
muito bem-articulado de destruição da arte, da cultura e da autoestima do povo
brasileiro – em nome de Deus, da pátria e do falso moralismo travestido de
combate à corrupção.
Quem é a elite do atraso?
Como pensa e
age essa parcela da população que controla grande parte da riqueza do Brasil?
Onde está a
verdadeira e monumental corrupção, tanto ilegal quanto "legalizada",
que esfola tanto a classe média quanto as classes populares?
A elite do
atraso se tornou um clássico contemporâneo da sociologia brasileira, um livro
fundamental de Jessé Souza, o sociólogo que ousou colocar na berlinda as obras
que eram consideradas essenciais para se entender o Brasil.
Por meio de
uma linguagem fluente, irônica e ousada, Jessé apresenta uma nova visão sobre
as causas da desigualdade que marca nosso país e reescreve a história da nossa
sociedade. Mas não a do patrimonialismo, nossa suposta herança de corrupção
trazida pelos portugueses, tese utilizada tanto à esquerda quanto à direita
para explicar o Brasil. Muito menos a do brasileiro cordial, ambíguo e
sentimental.
No âmago da
interpretação de Jessé não está a corrupção política. Para ele, a questão a
partir da qual se deve explicar a história passada e atual do Brasil – e de
suas classes, portanto – não é outra senão a escravidão.
Sob uma
perspectiva inédita, ele revela fatos cruciais sobre a vida nacional,
demonstrando como funcionam as estruturas ocultas que movem as engrenagens do
poder e de que maneira a elite do dinheiro exerce sua força invisível e
manipula a sociedade – com o respaldo das narrativas da mídia, do judiciário e
de seu combate seletivo à corrupção.
Quem é a
elite do atraso?
Como pensa e
age essa parcela da população que controla grande parte da riqueza do Brasil?
Onde está a
verdadeira e monumental corrupção, tanto ilegal quanto "legalizada",
que esfola tanto a classe média quanto as classes populares?
A elite do
atraso se tornou um clássico contemporâneo da sociologia brasileira, um livro
fundamental de Jessé Souza, o sociólogo que ousou colocar na berlinda as obras
que eram consideradas essenciais para se entender o Brasil.
Por meio de
uma linguagem fluente, irônica e ousada, Jessé apresenta uma nova visão sobre
as causas da desigualdade que marca nosso país e reescreve a história da nossa
sociedade. Mas não a do patrimonialismo, nossa suposta herança de corrupção
trazida pelos portugueses, tese utilizada tanto à esquerda quanto à direita
para explicar o Brasil. Muito menos a do brasileiro cordial, ambíguo e
sentimental.
No âmago da
interpretação de Jessé não está a corrupção política. Para ele, a questão a
partir da qual se deve explicar a história passada e atual do Brasil – e de
suas classes, portanto – não é outra senão a escravidão.
Sob uma
perspectiva inédita, ele revela fatos cruciais sobre a vida nacional,
demonstrando como funcionam as estruturas ocultas que movem as engrenagens do
poder e de que maneira a elite do dinheiro exerce sua força invisível e
manipula a sociedade – com o respaldo das narrativas da mídia, do judiciário e
de seu combate seletivo à corrupção.
Neste
momento dramático da história nacional, as editoras Contracorrente e Boitempo
lançam a coletânea "Resgatar o Brasil", coordenada pelos professores
Jessé Souza e Rafael Valim. Além deles, Gilberto Maringoni, Ladislau Dowbor,
Maria Lucia Fattorelli, André Horta e Luis Nassif contribuem com artigos
inéditos que dissecam, de maneira franca e acessível, os problemas centrais do
Brasil e apontam os verdadeiros inimigos do povo brasileiro.
O falso
discurso contra a corrupção, o cínico estado de exceção jurisdicional
implantado no país, as consequências geopolíticas do golpe de Estado de 2016, a
rapinagem do sistema financeiro, o esquema espúrio da dívida pública, o injusto
sistema tributário nacional que beneficia 1% da população e penaliza os outros
99% e a cartelização da mídia são analisados como parte da mesma engrenagem
cujo resultado é o eterno atraso de nosso país e a exclusão social, econômica e
política da maioria de sua população.
JESSÉ SOUZA
É graduado em Direito e mestre em Sociologia pela Universidade de Brasília, a
UnB, doutor em Sociologia pela Universidade de Heidelberg, na Alemanha, com
pós-doutorado em Psicanálise e Filosofia na The New School for Social Research,
em Nova York.Professor titular da Universidade Federal do ABC, professor
convidado da Universidade de Sorbonne, Paris I, e pesquisador sênior da
Universidade Humboldt, em Berlim, ele coordenou diversas pesquisas empíricas de
amplitude nacional e internacional sobre desigualdade, preconceito e classes
sociais no Brasil e no mundo.É autor de mais de 30 livros e de uma centena de
artigos e ensaios em vários idiomas. Entre seus maiores sucessos se destacam A
elite do atraso, A classe média no espelho e A guerra contra o Brasil (Estação
Brasil), A tolice da inteligência brasileira, A subcidadania brasileira (Leya)
e A ralé brasileira (Contracorrente).Ex-presidente do IPEA (2015/2016), é
cofundador, com Eduardo Moreira, do ICL – Instituto Conhecimento Liberta.
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